terça-feira, 16 de setembro de 2008
A um mendigo
Ser mendigo! Viver, dia após dia,
com as vestes rotas e o semblante sujo,
qual o cadáver de um infeliz marujo
apodrecido pela maresia!
Procura nos monturos o repasto -
e quando o encontra, esmaga-o entre os dedos -
mantendo, respeitoso, os olhos quedos
diante do prato pútrido e nefasto!
Se porventura esmola frente a igreja
o sacerdote que a assiste almeja
enxotá-lo como a um cão se enxota.
Só resta ao pobre carregar feridas
e relembrar paixões nunca vividas
de uma existência amiga da derrota.
Araxá, fevereiro de 2007
Copyright 2008 - Todos os direitos registrados.
com as vestes rotas e o semblante sujo,
qual o cadáver de um infeliz marujo
apodrecido pela maresia!
Procura nos monturos o repasto -
e quando o encontra, esmaga-o entre os dedos -
mantendo, respeitoso, os olhos quedos
diante do prato pútrido e nefasto!
Se porventura esmola frente a igreja
o sacerdote que a assiste almeja
enxotá-lo como a um cão se enxota.
Só resta ao pobre carregar feridas
e relembrar paixões nunca vividas
de uma existência amiga da derrota.
Araxá, fevereiro de 2007
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