quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Oração da auto-penitência
Eu sou a criatura estranha e louca
de passo tímido e existência pouca,
monstro de escuridão e de torpor.
Sou o carrasco dessa nova estética,
mártir tristonho da conduta ascética -
Olhai por mim, olhai por mim, Senhor.
Olhai pelos meus sonhos tão sombrios
que não verão a luz do manto azul;
olhai pelos meus áureos desvarios
e deixai-me sereno e pleno e nu;
Olhai por minhas asas sequiosas
destas imensidades arredias;
Vigiai meu coração - manto de rosas -
de onde brotam celestes harmonias...
Não me disseram, ó Pai dos penitentes,
que as almas superiores são malditas
por viverem pior que os indigentes
nesta terra de dores infinitas;
Só me basta saber que não me findo
como findam as luzes das estrelas
quando o nascente a imensidade vem medindo
numa ânsia de excitar no mar procelas...
Olhai por mim, em tudo e a toda hora,
desde a minha saída até a chegada,
pois minha alma estremece e treme e chora
qual uma criança numa casa abandonada.
Copyright 2008 - Todos os direitos reservados
de passo tímido e existência pouca,
monstro de escuridão e de torpor.
Sou o carrasco dessa nova estética,
mártir tristonho da conduta ascética -
Olhai por mim, olhai por mim, Senhor.
Olhai pelos meus sonhos tão sombrios
que não verão a luz do manto azul;
olhai pelos meus áureos desvarios
e deixai-me sereno e pleno e nu;
Olhai por minhas asas sequiosas
destas imensidades arredias;
Vigiai meu coração - manto de rosas -
de onde brotam celestes harmonias...
Não me disseram, ó Pai dos penitentes,
que as almas superiores são malditas
por viverem pior que os indigentes
nesta terra de dores infinitas;
Só me basta saber que não me findo
como findam as luzes das estrelas
quando o nascente a imensidade vem medindo
numa ânsia de excitar no mar procelas...
Olhai por mim, em tudo e a toda hora,
desde a minha saída até a chegada,
pois minha alma estremece e treme e chora
qual uma criança numa casa abandonada.
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