quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Momento de nirvana
"_ Bem vinda à minha casa. - eu te agradeço
pela boa intenção com que vieste.
Descalce as botas. Tens o meu apreço.
É-me agradável este teu ar celeste."
Saudei-te assim, e, dessa forma, entraste
Na alcova deste que da vida é farto.
Eras tão bela que um fatal contraste
fez-se presente entre a tua luz e o quarto.
Amamo-nos. Teu corpo era a seara
onde meu corpo nunca descansara.
O sol chegou com lances de ouro puro.
Ah! Naquele momento de nirvana
tu me fizeste amar a forma humana
do teu corpo entalhado com apuro...
Araxá, em 2008
Copyright 2008 - Todos os direitos reservados.
pela boa intenção com que vieste.
Descalce as botas. Tens o meu apreço.
É-me agradável este teu ar celeste."
Saudei-te assim, e, dessa forma, entraste
Na alcova deste que da vida é farto.
Eras tão bela que um fatal contraste
fez-se presente entre a tua luz e o quarto.
Amamo-nos. Teu corpo era a seara
onde meu corpo nunca descansara.
O sol chegou com lances de ouro puro.
Ah! Naquele momento de nirvana
tu me fizeste amar a forma humana
do teu corpo entalhado com apuro...
Araxá, em 2008
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terça-feira, 28 de outubro de 2008
A exatidão do mundo antigo
Cada vez que me observo interiormente
através dos espelhos da retina,
sinto-me como um ser que já não sente,
e por pouco sentir, só se imagina.
Toda estrela tem brilho diferente,
toda mentira ainda é cristalina.
Lembro-me de quem fui, e, vagamente,
sei que minha alma é uma hórrida assassina.
Já fui, por certo, o sonho de meu pai -
equlibrista sóbrio que não cai -
e minha mãe me aconchegou no inverno;
Mas a vida traiu-me, silenciosa,
e um silêncio vil de qualquer coisa
me fez calar neste silêncio eterno.
Araxá, em 2008.
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através dos espelhos da retina,
sinto-me como um ser que já não sente,
e por pouco sentir, só se imagina.
Toda estrela tem brilho diferente,
toda mentira ainda é cristalina.
Lembro-me de quem fui, e, vagamente,
sei que minha alma é uma hórrida assassina.
Já fui, por certo, o sonho de meu pai -
equlibrista sóbrio que não cai -
e minha mãe me aconchegou no inverno;
Mas a vida traiu-me, silenciosa,
e um silêncio vil de qualquer coisa
me fez calar neste silêncio eterno.
Araxá, em 2008.
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Soneto improvisado em um guardanapo escuro
Nesta semana em que ninguém trabalha
(pelo menos aqueles que conheço)
cortarei o meu corpo com a navalha
pr'a ver se dessa forma eu desfaleço.
Busquei o teu carinho, o teu apreço,
e tu me deste o pano da mortalha
com que me visto agora, e reconheço
minha existência totalmente falha.
Já podem preparar a campa escura!...
Nada desejo além da sepultura,
nada observo senão um sumidouro;
E quando eu estiver com os braços frios
talvez os meus ignóbeis desvarios
possam tornar-se os meus castelos de ouro!
Araxá, em 2008.
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(pelo menos aqueles que conheço)
cortarei o meu corpo com a navalha
pr'a ver se dessa forma eu desfaleço.
Busquei o teu carinho, o teu apreço,
e tu me deste o pano da mortalha
com que me visto agora, e reconheço
minha existência totalmente falha.
Já podem preparar a campa escura!...
Nada desejo além da sepultura,
nada observo senão um sumidouro;
E quando eu estiver com os braços frios
talvez os meus ignóbeis desvarios
possam tornar-se os meus castelos de ouro!
Araxá, em 2008.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Pela surpresa que me fizeste
Agora que possuo o teu segredo -
Esse brilho no olhar que te estertora -
poderei me livrar deste degredo
que outro amor me condenara outrora.
O teu segredo eu o possuo agora -
esse lábio que a mim se abriu a medo -
como um lírio do campo que bem cedo
se encontra aberto pela luz da aurora...
Venhas! Meus lábios querem o teu beijo
e o meu desejo busca o teu desejo...
Não há virtude se não houver pecado...
Agora sei que a Sorte por mim vela
e atende por um nome: Graziela...
Um anjo que merece ser amado.
Araxá, em 2008.
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Esse brilho no olhar que te estertora -
poderei me livrar deste degredo
que outro amor me condenara outrora.
O teu segredo eu o possuo agora -
esse lábio que a mim se abriu a medo -
como um lírio do campo que bem cedo
se encontra aberto pela luz da aurora...
Venhas! Meus lábios querem o teu beijo
e o meu desejo busca o teu desejo...
Não há virtude se não houver pecado...
Agora sei que a Sorte por mim vela
e atende por um nome: Graziela...
Um anjo que merece ser amado.
Araxá, em 2008.
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quinta-feira, 9 de outubro de 2008
A uns olhos negros
Meus sonhos são estátuas deformadas,
criações imperfeitas de um artesão
que tem por ferramenta duas espadas:
uma em sua palma, outra no coração.
Das estátuas se ignora a imperfeição,
pois com vestes celestes adornadas
possuem o encanto estático das fadas
dormindo sob a auréola da Ilusão.
Um dia elas serão por mim despidas,
e o álacre das chagas, das feridas,
mudar-lhes-á o aspecto embevecido;
Mas a ternura dos teus negros olhos
esconderá os pútridos escolhos
que a outros olhos têm sobrevivido.
Araxá, em 2008.
Copyright 2008 - Todos os direitos reservados.
criações imperfeitas de um artesão
que tem por ferramenta duas espadas:
uma em sua palma, outra no coração.
Das estátuas se ignora a imperfeição,
pois com vestes celestes adornadas
possuem o encanto estático das fadas
dormindo sob a auréola da Ilusão.
Um dia elas serão por mim despidas,
e o álacre das chagas, das feridas,
mudar-lhes-á o aspecto embevecido;
Mas a ternura dos teus negros olhos
esconderá os pútridos escolhos
que a outros olhos têm sobrevivido.
Araxá, em 2008.
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