terça-feira, 31 de agosto de 2010
Aviso
Todos os poemas postados neste sítio estão registrados em nome do autor, na Fundação Biblioteca Nacional, sob o número do ISBN (International Standard Book Number). É proibida a reprodução ou cópia dos mesmos. O plágio ou a apropriação de obra literária é crime previsto na Lei de Direitos Autorais n. º 9.609/98 e está sujeito aos trâmites legais, com pena prevista e multa.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Pontes e sonhos
Mais um dia de mesmice e tédio,
Febre do futuro incerto.
Movo-me como um réptil,
Frio, alheio e inédito.
Farsa atual do passado morno,
As olheiras novas olham em torno.
Tudo é vasto, desde que de olhos fechados.
O almoço me espera, mas da cama
Minha preguiça reclama
Os sonhos já sonhados.
Entanto é preciso ensinar na escola
A linguagem imprecisa da memória.
Eu não tenho saber além das pontes...
Quero apenas esquecer que sou
Muito pesado para alçar tal vôo.
Mas possuo a estatura dos meus horizontes.
Febre do futuro incerto.
Movo-me como um réptil,
Frio, alheio e inédito.
Farsa atual do passado morno,
As olheiras novas olham em torno.
Tudo é vasto, desde que de olhos fechados.
O almoço me espera, mas da cama
Minha preguiça reclama
Os sonhos já sonhados.
Entanto é preciso ensinar na escola
A linguagem imprecisa da memória.
Eu não tenho saber além das pontes...
Quero apenas esquecer que sou
Muito pesado para alçar tal vôo.
Mas possuo a estatura dos meus horizontes.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O mundo ideal
Campos de flores, lírios.
Poças de sangue, espelhos.
Manicômios.
Pássaros e penas.
Gritos e tortura.
Cemitérios.
Um cão de orelhas cortadas.
Lâmpadas em tom vermelho.
Catedrais.
Homens em formigueiros.
Vasos cheios de poeira.
Nada mais.
Poças de sangue, espelhos.
Manicômios.
Pássaros e penas.
Gritos e tortura.
Cemitérios.
Um cão de orelhas cortadas.
Lâmpadas em tom vermelho.
Catedrais.
Homens em formigueiros.
Vasos cheios de poeira.
Nada mais.
A solidão escolheu-me para amante: encontrei-a num dia chuvoso, quando as nuvens se mostram pesadas. Recolhera-me mais cedo, acompanhado pelo sol. No prazo mínimo de uma reflexão, aceitei-a e dormimos juntos. Seu corpo incorpóreo se ria – havia encontrado o par perfeito. Desde então vivemos juntos, a solidão e eu.
Fingimento
Converti-me à religião de amar-te.
Nela não há sacrifícios nem temores.
Não há altares nem joelhos postos ao chão:
Há apenas uma vela efêmera
Que arde terrena no meu coração.
A Deusa não pede loas
E muito menos sacrifícios altos:
Ela deseja ósculos vermelhos
E flores de asfalto.
Um pouco mais me tornaria escravo
De tal divindade momentânea.
Mas minha fé sempre estará a salvo,
Pois que se fez intrepidez e chama.
Religioso excêntrico, praticante de heresias várias:
Desnudo o corpo do ser eleito
E o cubro de beijos no estertor das galas.
Ó minha Deusa, por que a vida é fugaz?
Eu morro quando te desnudo o manto
Mas tu não morres, antes vive mais...
Eu sofro a antítese do sol que nasce
Enquanto meu desejo expira;
Sofro a angústia de tocar-te a face
No enterro da noite, início do dia.
E tu recendes a incenso e mirra
Quando a manhã te levanta:
Eu vejo-te humana em minha fantasia,
Mesmo sabendo-te santa.
Há um Deus! Tu me disseste e agora eu acredito.
Ele criou o peixe e deu ao homem a rede;
Criou os bosques para os passarinhos,
Criou-te a ti para matar-me a sede!
E eu bebo em teu corpo que límpido jorra,
Eu como do pão que me ofereces:
Dar-te-ei pagamentos em ouro
Através do tesouro escondido em minhas preces...
Iremos felizes, as mãos muito juntas
Durante a viagem sem nome e sem tempo.
Iremos colhendo do chão as perguntas
Que a vida nos traz pelas asas do vento!
A fé que me move não move montanhas.
A Deusa que adoro é apenas humana...
Mas é quem eu amo.
Sou crente de um ser divinamente humano.
Nela não há sacrifícios nem temores.
Não há altares nem joelhos postos ao chão:
Há apenas uma vela efêmera
Que arde terrena no meu coração.
A Deusa não pede loas
E muito menos sacrifícios altos:
Ela deseja ósculos vermelhos
E flores de asfalto.
Um pouco mais me tornaria escravo
De tal divindade momentânea.
Mas minha fé sempre estará a salvo,
Pois que se fez intrepidez e chama.
Religioso excêntrico, praticante de heresias várias:
Desnudo o corpo do ser eleito
E o cubro de beijos no estertor das galas.
Ó minha Deusa, por que a vida é fugaz?
Eu morro quando te desnudo o manto
Mas tu não morres, antes vive mais...
Eu sofro a antítese do sol que nasce
Enquanto meu desejo expira;
Sofro a angústia de tocar-te a face
No enterro da noite, início do dia.
E tu recendes a incenso e mirra
Quando a manhã te levanta:
Eu vejo-te humana em minha fantasia,
Mesmo sabendo-te santa.
Há um Deus! Tu me disseste e agora eu acredito.
Ele criou o peixe e deu ao homem a rede;
Criou os bosques para os passarinhos,
Criou-te a ti para matar-me a sede!
E eu bebo em teu corpo que límpido jorra,
Eu como do pão que me ofereces:
Dar-te-ei pagamentos em ouro
Através do tesouro escondido em minhas preces...
Iremos felizes, as mãos muito juntas
Durante a viagem sem nome e sem tempo.
Iremos colhendo do chão as perguntas
Que a vida nos traz pelas asas do vento!
A fé que me move não move montanhas.
A Deusa que adoro é apenas humana...
Mas é quem eu amo.
Sou crente de um ser divinamente humano.
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